Jornalismo e Redes Móveis
Jornalismo e Redes Móveis no LabCom
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Numa altura em que tanto tablets como smartphones caminham a passos largos para tornar os computadores praticamente obsoletos, podemos verificar através de uma análise empírica, que tal ainda está longe de se concretizar. O mobile pode muito bem já ser considerado um substituto ocasional do online, mas, por enquanto, ainda está longe de conseguir oferecer tudo aquilo que uma página aberta num computador já contém. Foi isto que se concluiu depois de uma análise de 4 dias das plataformas online e mobile do jornal Público.
1- Aspeto Visual e Primeira página
Este é sem dúvida o campo onde as diferenças são mais visíveis entre online e mobile. Apesar de as notícias disponíveis serem as mesmas e aparecerem pela mesma ordem em ambas as páginas, a versão mobile apresenta-as de um modo muito mais simplificado que o online. As notícias surgem na vertical, em grupos de três, num total de nove com duas outras suplementares, uma no final da página e outra logo ao início a cor diferente – o destaque atual. Esta última faz-se sempre acompanhar de uma imagem que se apresenta na retaguarda, servindo de fundo para toda a página mobile. Já se olharmos para a página web tradicional, verificamos que apesar de as notícias também estarem agrupadas numa cadeia vertical, aquela que merece o destaque fica desviada à esquerda de todas as outras. Além disso enquanto baixamos a página temos outras opções disponíveis que o mobile não oferece, dos lados esquerdo e direito, encontramos várias caixas de texto que nos remetem para outros lugares, dentro e fora do site: publicidade, exclusivos para assinantes, secção de opinião, imagem do dia, vídeos, inquéritos, entre outros.
(Veja a comparação)
O topo e fundo da página também são diferentes se olharmos para as duas plataformas. Enquanto no mobile temos o menu de categorias ocultado, que só se torna visível se assim desejarmos, na página web ele é desde logo visível, e mantêm-se assim mesmo quando abrimos uma notícia. Além disso, em cima do menu online são visíveis mais imagens e texto, similares às que surgem nas duas laterais, que remetem para outros lugares. Apenas três opções das laterais do online surgem no mobile, “Últimas notícias”, “Notícias mais lidas” e “Últimos vídeos”, mas à semelhança do que acontece com o menu estas encontram-se ocultadas até que o utilizador as selecione, e estão situadas no final da página. Aqui está também reservado um espaço para três outras ligações, a possibilidade de visualizar a página tal qual a da web, possibilidade de visualizar o “Cinecartaz” e o “Guia do Lazer”. Já no online dispomos de estas e outras opções, como são exemplo as caixas de notícias agrupadas por categorias.
Para terminar vale a pena denotar as diferenças na quantidade de publicidade e o destaque dado à barra de pesquisa. Quanto à publicidade, enquanto na página web temos várias caixas nas laterais, topo e fundo da página dedicadas a este fim, no mobile surge apenas uma ao longo de toda a navegação. Esta fica situada nos espaços entre os grupos de notícias (grupos de 3 referidos atrás) e só volta a aparecer no final do texto caso entremos em alguma notícia. A barra de pesquisa é também uma das diferenças das duas plataformas, enquanto no mobile esta está situada no final da página e ocupa todo o fundo do ecrã, na versão online esta está situada no canto superior direito da página, e é visivelmente mais pequena se comparada em escala com a da versão de telemóvel.
2- Notícias: Conteúdo e aspeto
É no conteúdo e aspeto das notícias que as duas versões do Público se assemelham mais. Os autores e os textos são os mesmos, notando-se apenas que o superlead da versão mobile não é destacado do texto, como acontece na versão online, e que a foto escolhida para ilustrar a notícia leva um destaque maior, ocupando todo o ecrã até se chegar ao texto (no online está em ponto pequeno ao lado do superlead, sendo o texto visível desde logo).
A superioridade do online volta a ser visível pela existência das laterias e todas as ofertas que lhe são adjacentes (similares às da primeira página), que o mobile não oferece. Este último deixa apenas a possibilidade de a notícia ser partilhada nas redes sociais, o que no online é apenas a “ponta do iceberg”.
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