Douglas Cavallari, na sua comunicação: “Raio X do jornalismo mobile no Brasil”, dá-nos uma visão anacrónica do tema no seu país; assim, refere que a “epidemia” do celular no Brasil atingiu proporções para além de todas as expectativas, principalmente nos grandes centros urbanos do Rio de Janeiro e em São Paulo. Embora o grande boom se tenha dado nestes centros urbanos, ao ponto de os jovens andarem na rua a ouvir rádio através do celular destronando assim o “velhinho” MP3, a verdade é que no interior não existem condições nem de cobertura de rede, nem financeiras, para que o fenómeno se alastre a todo o país, até porque as operadoras não estão interessadas em investir no Brasil profundo.
A moda do Smartphone é por um lado um gigante, mas por outro ainda está muito longe de ser o “el dorado” das comunicações. Para este investigador, a Internet ainda é o padrão, e a inovação é o móbil, isto acentua-se mais quando todas as operadoras encetam uma corrida para ver qual delas chega primeiro à meta. Salienta ainda, no entanto, que as tarifas no Brasil são muito mais caras que em Portugal.
Para Douglas Cavallari a televisão é ainda quem detém a maior parcela de audiências, eclipsando mesmo a rádio e as revistas no seu conjunto. Assim a tendência do MoJo é a de apostar nos conteúdos, pois a propaganda é a alma do negócio.
Entretanto o Jornalismo Mobile avança com as redes de televisão mais pequenas que a Rede Globo, tais como a TV Record que tem por lema: “Deixa que eu filmo”, e a TV Banteirantes cujo slogan é “Repórter Celular”, que mesmo perdendo ambas na qualidade da imagem, suplantam a Rede Globo em audiências por esta se reger pelo lema de “Padrão de Qualidade Globo”. Quando esta rede tenta acompanhar a “onda” do MoJo, passa mais tempo a desculpar-se pela má qualidade da imagem do que o tempo que demora a transmitir a notícia em si.
Cavallari afirma, também, que o panorama de investigadores no Brasil é muito pequeno, mas salienta que em Portugal o núcleo de investigadores é quase inexistente, pois à excepção da UBI, não descobriu mais nenhum centro que se dedique a tal investigação.
José Manuel Fernandes