Jornalismo e Redes Móveis
Jornalismo e Redes Móveis no LabCom
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Para quê um curso de jornalismo, se todos os comuns humanos podem noticiar? Cada vez mais nos deparamos nas redes sociais com publicações de acontecimentos publicados por indivíduos comuns.
Praticamente todos os indivíduos, possuem telemóvel, e muitos deles, aparelhos de última geração, que conseguem captar imagem fantásticos. Depois de captarem determinados acontecimentos… publica-los em redes sociais é algo feito em segundos; e por vezes acontecimentos importantes são partilhados em redes sociais primeiro que nos espaços apropriados para os mesmos serem divulgados. Todos nós nos lembramos que foi através de um post no Facebook que ficamos a saber da morte do Michael Jackson, e só horas mais tarde é que a imprensa confirmou o facto.
As redes socias estão a roubar o protagonismo aos jornalistas? Ou podemos considerar as novas tecnologias uma ajuda ao trabalho jornalístico?
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29 de Fevereiro de 2012 - 18:32
Por um lado concordo com a tua opinião, em que todas as pessoas podem publicar nas redes sociais, e muitas delas são mais rápidas que muitos jornalistas. No entanto para mim, o que leio de uma mera pessoa e o que leio de um jornalista é diferente, isto porque eu atribuo o critério de credibilidade ao jornalista, não que ache que a outra pessoa esteja a mentir, mas para mim, um jornalista é mais credível. As redes sociais podem estar a roubar protagonismo aos jornalistas, mas por outro lado também estão a facilitar-lhes o trabalho e chamar à atenção, ou seja, o jornalista vê algo de interessante no post de alguém, vai pesquisar e se vir que tem mesmo interesse torna esse post numa notícia. Por outro lado temos também o caso de que os jornais publicam duas ou três frases nas redes sociais para captarem a atenção do público e eles irem de seguida ao próprio site do jornal ler a noticia completa.
1 de Março de 2012 - 0:19
Esta discussão é semelhante àquela que se faz acerca do jornalismo tradicional versus jornalismo participativo ou “jornalismo cidadão”. É necessário notar que o processo de fazer notícias envolve várias actividades, nomeadamente recolha de informação, contacto com fontes, aplicação de critérios de noticiabilidade, redacção e até edição. O jornalista de profissão é treinado para dominar todas estas instâncias, ao passo que o cidadão comum domina apenas ferramentas básicas de recolha e publicação.
As redes sociais são úteis para se tomar um primeiro contacto com as “notícias”, para aumentar o seu alcance e para redireccionar o leitor para as verdadeiras notícias, feitas por profissionais treinados para as escrever e que, por isso, como aponta a Rita, são mais credíveis.
1 de Março de 2012 - 9:42
O meu texto “A especificidade epistemológica do jornalismo. Desfazendo um mito do jornalismo cidadão”, http://webx.ubi.pt/~fidalgo/antonio-fidalgo-especificidade-epistemologica-jornalismo.pdf, pode contribuir para esta discussão.
Por outro lado, é necessário sempre ter em atenção o enquadramento em que mesmo um jornalista dá uma informação. Com efeito, ele pode ter um blogue pessoal e aí a sua situação é diferente de quando publica dentro do site de um jornal. A informação em si é a mesma, o que se altera é a natureza da informação. No primeiro caso é pessoal, no segundo caso é institucional.