Carlos Scolari, professor e investigador da Universidade Vic, apresentou uma conferência sobre o tema “mComunicación: el surgimiento del ‘new new media’ en el ecosistema mediático”. Tendo como ponto de partida o conceito “Ecologia dos Meios”, Scolari relembra que a questão surge nos anos 70 com McLuhan e Postman. Os meios de comunicação começaram então a ser vistos de forma integral, numa convergência epistemológica dos mesmos: deixa então de ser possível analisar, isoladamente, os efeitos de um meio, citando como exemplo a dificuldade contemporânea de analisar a televisão sem falar de vídeo-jogos.
Na rapidez de surgimento dos novos meios, Scolari afirma que, apesar de ainda nos encontrarmos a estudar os efeitos da Internet, surge agora um novo meio de comunicação e informação: o telemóvel. Tal como na ecologia, cada entrada de um novo meio gera novos acomodamentos em todos os restantes meios, o que pode mesmo levar à extinção de alguns. No mapa das novas relações e adaptações, Scolari alerta para a necessidade de repensar e readaptar os novos formatos aos outros meios. Como aconteceu nos anos 90, quando a Internet foi buscar grande parte dos seus conteúdos à imprensa, é importante definir em que formatos se deve basear a informação para telemóvel: áudio, vídeo ou simples informação escrita, em conteúdos sintéticos de rápido consumo.
Numericamente, Scolari sublinha que o volume de possível negócio neste novo meio de comunicação é gigantesco: em todo o mundo circulam 4.900 milhões de telemóveis, sendo que destes 600 milhões têm acesso regular à Internet. Como exemplo concreto, Scolari cita ainda o número de empresas que, em Barcelona, se dedicam ao novo meio. Tratando-se ainda de um mercado pequeno, a grande maioria das produções é adaptada dos meios anteriormente criados. Deverá assim surgir uma nova gramática da imagem? Sendo este o primeiro meio de comunicação pessoal, que não partilhamos com outros utilizadores, deverão as empresas de conteúdos estar atentos a este novo mercado, nomeadamente a novos nichos ainda não explorados, como o sector da educação? O professor e investigador defende que sim. Ana Catarina Pereira
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