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Online vs. Mobile

SOL

O Jornal “Sol” é um jornal que tem tanto o suporte online, na internet tradicional, através de um computador, como a versão mobile, à qual os leitores podem aceder através do seu simples telemóvel.

A versão online é mais elaborada, uma vez que nos mostra vários separadores logo na parte superior da página. As notícias mais importantes são destacadas com fotografias maiores. As cores também variam para chamar a atenção. Onde a notícia destacada ou está a negrito ou a cor vermelha. O Sol online também nos mostra uma página bastante completa, em que nos dá logo a opção de visualizar o jornal, quer em formato ipad, quer em formato online, ou em formato impresso. E algo que se destaca na pagina do Sol é que é composta por alguma publicidade na barra lateral direita.

A versão mobile é um pouco diferente, pois apenas apresenta uma lista de títulos de notícias, e depois cada titulo faz a hiperligação para a respectiva notícia. No final da página encontramos os separadores, também em lista, que na versão online, nos são apresentados logo como cabeçalho.

Em relação ao tipo de escrita, a notícia é igual quer num formato quer no outro. O texto é exactamente o mesmo, bem como os subtítulos e os títulos. A única diferença que podemos visualizar é em relação ao tamanho da fotografia. O autor e a data também são mencionados no formato mobile.

Os separadores levam-nos exactamente para as mesmas notícias, mas lá está, no formato mobile aparecem de forma listada, enquanto no formato online aparecem em caixa de texto com as respectivas imagens.

No mobile a lista é feita por ordem de publicação, ou seja, as últimas estão no topo da lista, o que por vezes não quer dizer que não sejam substituídas pelas notícias mais importantes. Enquanto no online as notícias mais importantes estão centradas na página acompanhadas por uma grande fotografia. E as últimas horas, se não forem tão importantes aparecem por baixo ou de lado em caixa de texto mais pequena.

Conclusão no mobile e no online as notícias chegam exactamente ao mesmo tempo e com o mesmo texto. No entanto no mobile as notícias ficam quase sempre por ordem de publicação, e no online as notícias mais importantes são destacadas com fotografias maiores e com diferentes cores.  Estas são as únicas diferenças visíveis, dos dois tipos de suporte.

Por exemplo, na edição de  terça-feira à 09:58 minutos:

A página do Sol online destaca a notícia “Derrocada no Seixal provoca nove feridos”

Sol Online

 

Na edição mobile a mesma notícia também se encontra, mas lá está, não tem qualquer destaque e aparece já como sexta notícia. Isto é, depois desta notícia já sairam mais cinco, e como já foi explicado, na versão mobile as notícias aparecem por ordem de saída.

 

Sol Mobile

Existe credibilidade nas notícias?

O jornalismo na sua essência tem a finalidade de informar o seu público factos ocorridos no meio social. Porém com as mudanças ocorridas no meio tecnológico essas funções ficam cada vez mais instáveis. Tempos em que as pessoas têm maior liberdade de expressão utilizando meios como a Internet, para expor suas indignações.
Com o aparecimento da internet e das novas tecnologias, o poder de compartilhar a informação tornou-se maior, como o autor diz: “Todos são um pouco jornalistas”. Essa facilidade é atribuída a este fenómeno tecnológico que se inseriu no cenário comunicacional colaborando para um maior acesso à informação, que é o produto da comunicação, que tem sido motivo do avanço tecnológico.
Essa facilidade de compartilhamento da informação é bom para a sociedade mas muito prejudicial para o jornalismo. Toda informação deve ser tratada com cuidados éticos antes de ser publicada. Com as novas tecnologias os cuidados com as notícias tem sido colocado de lado, factores como a competitividade crescem junto com essas informações, pois os meios de comunicação primam pela exclusividade ao invés de se importarem com a veracidade e credibilidade da notícia, gerando assim problemas de interpretação, que deve ser observado dentro do jornalismo.
A tecnologia, hoje em dia esta tão popularizada que de uma forma ou de outra, qualquer coisa hoje é tida como jornalismo.
(A partir do texto “Especificidade epistemológica do Jornalismo”, de António Fidalgo)

Que são os verdadeiros jornalistas?

Sylvia Moretzsohn faz uma crítica a Gillmor quando discorda da sua afirmação de que o comum cidadão pode desempenhar o papel de jornalista”.
Será que podemos concordar totalmente que se diga que apenas e só devido à evolução das novas tecnologias e à facilidade ao seu acesso podemos dizer que qualquer um tem o direito de se dizer jornalista?
Sylvia Moretzsohn tem razão na sua crítica, que desde já se pode considerar bem fundamentada. Não pode qualquer um chegar a uma rede social ou a um blogue e escrever aquilo que quer e depois dizer que é jornalista. Para uma notícia/artigo ser publicado tem de existir uma averiguação, os factos têm de ser confirmados, para que possamos ter a certeza da veracidade faz fontes e da notícia.
Então e o conhecimento de regras? E a ética jornalística? Não é justo falar em “ser jornalista” sem se aplicar a ética profissional, sem saber códigos e regras. Se nas outras ofícios os profissionais têm que se reger por leis e normas o jornalista não pode nem deve afastar-se dos seus deveres profissionais, da sua missão, do seu código deontológico. Se assim não fosse para que existiria a Entidade Reguladora da Comunicação (ERC) e os códigos deontológicos?
Não podemos correr o risco que qualquer um escreva aquilo que quer, assumindo o papel do jornalista. Se o corrermos pode estar em causa a credibilidade dos verdadeiros jornalistas, daqueles que se empenham pela noticiabilidade dos factos e acontecimentos.
E como é referido no excerto “o jornalismo exige uma qualificação específica que o cidadão comum, por maior empenho que coloque no seu blog não tem”.

(A partir do texto “Especificidade epistemológica do Jornalismo”, de António Fidalgo)

A nova era do jornalismo

Neste excerto podemos verificar a ascensão da Internet como meio de comunicação e de interactividade. Com a evolução das novas tecnologias, os sites e os blogues, o público começou a ter “mais poder sobre as notícias e a informação que é transmitida”. O jornalismo do cidadão tem hoje algum impacto na sociedade e como refere o texto “hoje em dia o leitor por vezes tem mais poder que o jornalista”, tendo que o próprio jornalista ter que mediar esse poder.
Outra passagem do texto também refere que “na defesa de um jornalismo de base, de cidadãos para cidadãos, Gillmor afirma por diversas vezes ao longo do livro que os seus leitores sabem mais do que ele e que isso altera radicalmente a forma como se faz jornalismo”. Assim podemos dizer que as novas tecnologias, e as redes móveis dão um enquadramento diferente ao que hoje é o jornalismo e como o leitor participa nele de forma cada vez mais directa, relatando e comentando acontecimentos in loco. Perante isto e segundo Gillmor o jornalismo está a entrar numa nova era, numa época onde as tecnologias “deram mais poder ao leitor”, e que na sua opinião as novas tecnologias permitem a qualquer comum cidadão assumir o papel de jornalista.

(A partir do texto “Especificidade epistemológica do Jornalismo”, de António Fidalgo)

O critério de noticiabilidade

 

Nos dias correntes fruto das novas tecnologias encontra-se na web uma panóplia de acontecimentos relatados que nos fazem questionar até que ponto a profissionalização dos jornalistas está ameaçada.

Partindo deste princípio, Sylvia Moretzsohn crítica duramente a afirmação de Dan Gillmor em que o futuro do jornalismo irá assentar no jornalista cidadão.

A tese de Sylvia Moretzson faz todo o sentido porque não basta juntar uma centena de vocábulos num relato de um acontecimento para nos reportarmos a esse facto como uma notícia.

O jornalista para elaborar uma peça, tem de equacionar, ter perceção e averiguar o valor noticioso do conteúdo que publica.

Um acontecimento tem valor noticioso quando descrito por um cidadão que é responsável pela verificabilidade do enunciado, ou seja um jornalista, e não um mero cidadão que possuindo, por exemplo, uma rede social publica determinado acontecimento sob pena de por o que descreve ser chamado à razão.

Tem de haver um conhecimento das regras que norteiam a profissão de jornalista, designadamente o código deontológico para que o acontecimento relatado tenha plausibilidade, assim não sendo, não confirmando a informação, não podemos dizer que estamos perante um relato jornalístico de credibilidade. O local onde se publica também é muito importante para auferir a veracidade da informação, pois os jornais, rádios e televisões registados na ERC têm de obedecer aos critérios que regulam a profissão jornalística e desta forma possuem um gatekeeper que filtra e avalia o que é ou não é notícia.

Para bem do jornalismo espero que nunca se credibilize as informações passadas por um mero cidadão, mas sim que se usem como um ponto de partida para que os meios de comunicação creditados e respetivos jornalistas possam averiguar a informação e ver se tem valor noticioso.

   Artigo baseado no texto a especificidade epistemológica do jornalismo de António Fidalgo

A falácia do jornalismo cidadão

Voltámos à mesma história.

O Homem como ser de hábitos que é, tende a cometer os mesmos erros e a acreditar sempre em falsos pressupostos, foi assim sempre porque mudaria agora? Não se afirmou em outros tempos que a Terra era plana? Ou que o Homem foi o primeiro ser a pisar este mundo? Porque haveria de mudar agora?

O meu raciocínio é este: Quando apareceu a rádio disseram que seria a morte da imprensa, depois veio a televisão que vinha para suprimir a rádio, vamos agora acreditar que serão as redes sociais, tablets, telemóveis, ou todos os outros gadgets que ditarão o fim à profissão de jornalista? Não me parece.

Dan Gillmor fala numa crescente afirmação do jornalismo cidadão, aquilo que será o futuro desta profissão. Feito pelo cidadão comum para um próximo, fazendo uso das novas tecnologias para que se deixe a passividade aquando na receção de informação e se passe ao ativo, espalhando notícias, comentários e gerando discussões. Então mas se assim for, o que me impede de publicar, seja num blogue ou rede social, aquilo que eu entender? O jornalista pode não saber tudo o que está a acontecer, mas rege-se por regras que o ajudam a filtrar aquilo que é realmente informação e aquilo que não o é. Sylvia Moretzsohn afirma exatamente isto para contrapor Gillmor, desacreditando o jornalismo cidadão pelo simples facto de carecer de regras como é a falta de um código deontológico, que “significaria abrir o campo a todo o tipo de boatos e de informações ?plantadas?, com as nefastas consequências que todos conhecemos”.

Poderão certamente existir vantagens na interação entre jornalistas e cidadão comum é verdade, mas daí a neutralizar o papel do profissional na filtragem da informação ou esquecer o valor que uma investigação jornalística tem ao lado de um poste de blogue, é inaceitável. Dan Gillmor disse “os jornalistas têm de abandonar a posição arrogante de que são eles os que sabem, os que têm competência para decidir o que é e não é notícia(…)”. O que me parece arrogante é afirmar algo assim.

(A partir do texto “Especificidade epistemológica do Jornalismo”, de António Fidalgo)

Nova Era do Jornalismo

Surgiu uma nova era do jornalismo, onde as inovações tecnológicas transformaram a informação numa “conversa”, na qual qualquer indivíduo dá a sua opinião. É o chamado jornalismo cidadão que dá a voz ao indivíduo, dando oportunidade aos leitores de terem uma palavra sobre temas que lhe interessam.

O jornalista deve aproveitar este jornalismo cidadão e pegar nos contributos que dele advêm. Gillmor defende que se pode e deve tirar partido desta tecnologia para implementar a discussão e a participação de todos os cidadãos. Os leitores já não se limitam a ser consumidores, transformaram-se agora em fontes e mediadores de informação.

Apesar de tudo isto, não se pode chamar jornalistas a qualquer indivíduo que dê informação. Jornalista é alguém que tem uma formação específica e não apenas alguém que forneça a informação graças às novas tecnologias. Sylvia Moretzsohn defende esta mesma ideia e faz a distinção entre jornalismo tradicional e jornalismo participativo, afirmando que o primeiro exige uma pré-selecção, enquanto o segundo publica tudo e só depois se faz a selecção.

Não se pode afirmar que um indivíduo qualquer que publique informação num blog seja um jornalista. Para além de não ter qualificação específica, não tem a credibilidade de um meio de comunicação. É claro que esta informação pode servir de muito para os jornalistas que podem pegar nela e dar-lhe o “cunho jornalístico”. Á parte disto, uma informação dada por um indivíduo não passa disso mesmo, uma publicação na internet.

Dar voz ao cidadão não é torná-lo jornalista

A expressão ganha força com o surgimento de ferramentas de publicação e edição online como wikis ou blogues e através da popularização do telemóvel ou da câmara digital. Propiciado pelas características do online, o jornalismo do cidadão emerge da colaboração entre jornalistas e cidadãos na produção de conteúdos noticiosos. (A título de exemplo o conteúdo informativo da wikipédia é produzido por cidadãos, mas gerido por jornalistas.)

A questão que se coloca é a de que o jornalista está integrado num procedimento no qual não existe, por vezes, distinção entre comunicador e massa receptora de informação. Embora haja este desvanecimento de fonteiras, entre a voz de um cidadão activo e o trabalho de um jornalista profissional, fomentado por uma lógica de participação incentivada pelos próprios media, a profissão encontra-se salvaguardada. Cabe ao jornalista “abandonar a posição arrogante de que são eles que sabem (…) o que é e não é notícia” e fomentar a “participação cívica” (*).

O jornalismo encontra a sua especificidade epistemológica, na medida em que é reconhecido em enquanto profissão; domínio especializado. Como tal, o seu papel social de mediador da informação é crucial “(…) numa era de exponenciação de informação, e correspondentemente da sua fragmentação, que os jornalistas profissionais se tornam mais necessários”(*).

A legitimidade da profissão de jornalista é igualmente defendida por João Carlos Correia (2009), referindo que “o enunciado jornalístico é produzido por indivíduos dotados de um conjunto de saberes e competências (…) em torno de uma determinada relação com a verdade, como um valor fundamental”. Neste sentido são atribuídas ao jornalista “competências especializadas, princípios e valores partilhados que podemos classificar de elementos ideológicos que lhes procuram conferir legitimidade”.

Na perspectiva do cidadão, que adere a esta prática, este encara-a como uma forma de democratizar a informação, no que respeita ao acesso ao conteúdo noticiado, pois assume uma atitude de colaborador e não apenas de leitor/espectador passivo.

(*) António Fidalgo, “Especificidade Epistemológica do Jornalismo”, 2008.
João Carlos Correia, “Teoria Crítica do Discurso Noticioso”, 2009.

O Jornalista-Gadget

Dan Gillmor deposita grande fé na tecnologia da comunicação e nos seus avanços, apontando-a como grande força motriz do jornalismo cidadão. A este propósito, não resisto a uma breve comparação entre o cartoon do Inspector Gadget e a figura hoje em dia preconizada de uma espécie de “Jornalista Gadget”.

Recordemos que o Inspector tinha um conjunto de engenhocas diversas que o ajudavam a desempenhar o seu trabalho policial. Nas situações mais tensas, usava-as para apanhar os criminosos, mas era quase sempre um desastrado e os seus esforços acabavam em situações cómicas em que alguém, vulgarmente a sobrinha Penny, lhe salvava a pele ou fazia metade do trabalho por ele. E para que serve este exemplo tolo? Justamente para mostrar que a tecnologia não é tudo. O jornalista pode ter um smartphone apetrechado de ferramentas de localização, captação vídeo e áudio e ligação rápida à internet para partilha de informação. No entanto, ainda não inventaram aplicações nem gadgets para faro jornalístico, sentido de oportunidade, capacidade de relacionar e contextualizar factos e sensibilidade para saber lidar com fontes. Tudo isto para dizer que a tecnologia é um add-on, é algo exterior que facilita e exponencializa as capacidades que o jornalista já tem. Com o Inspector, tudo estava integrado no seu corpo. Se assim fosse com o jornalista, tudo era mais fácil.

Há duas conclusões importantes a retirar da comparação feita anteriormente: a primeira é a de que, sem desvirtuar minimamente as potencialidades das TIC’s para o jornalismo, não esqueçamos que elas não são tudo e não vão resolver magicamente a crise económica e de credibilidade que o jornalismo atravessa; a segunda é a de que, evidentemente, por tudo o que já foi dito, o jornalista cidadão com um smartphone não é automaticamente habilitado a fazer jornalismo. Pode (e deve) é agregar informações recolhidas no seu blog ou na sua página de rede social e, se assim o entender, facultar essa informação aos jornalistas profissionais como fonte suplementar.

O jornalismo abrigado pela ética

Uma das críticas de Sylvia Moretzsohn à concepção de jornalismo cidadão de Gillmor é a inversão do processo filtragem-publicação, a qual abriria portas à publicação dos maiores disparates, sem a assistência de qualquer critério deontológico. Sobre este ponto, extremamente importante, é pertinente acrescentar algumas ideias.

O jornalismo é orientado por um documento feito por jornalistas para jornalistas, o Código Deontológico. Dizer isto é implicar que os póprios profissionais tomaram a liberdade de se auto-moderar, controlar e orientar. Colocar em evidência este aspecto serve para desqualificar imediatamente o jornalismo cidadão em relação ao tradicional; é que um cidadão comum até podia fazer (e nunca faz) mímica perfeita e rigorosa dos processos de produção da notícia – recolha, verificação, filtragem, hierarquização da informação, redacção, edição e publicação – mas continuaria a fazê-lo sem orientação ética. Isto não significa que aquilo que publica o cidadão comum não tenha ética, mas sim que não tem de ser orientado para o bem comum, para a transparência política e para relato isento, rigoroso e proporcional da realidade social. O cidadão comum não tem “amarras” atadas de livre vontade como tem o jornalista, e por isso mesmo, lamento mas nunca será jornalista.

Em segundo lugar, e esta ideia decorre necessariamente da anterior, é preciso notar que o jornalista profissional perde legitimidade para repudiar o jornalista cidadão (pelo menos na concepção de Gillmor, em que é praticamente substituido por este último), justamente se se demitir de praticar um jornalismo subordinado à ética. Quando aparecem fotografias tiradas à socapa sem autorização dos fotografados nas revistas, isso não é jornalismo; quando se faz jornalismo de cabine sem confirmação de informação ou contacto com fontes ou presença no terreno, isso é mau jornalismo; e quando não se publica aquilo que é relevante para a sociedade, mas sim aquilo que satisfaz a curiosidade do público, isso não é jornalismo sério.

Em suma, parece legítimo dizer que o jornalismo não só é epistemologicamente específico, mas mais que isso, é eticamente justificado e orientado. E, ou o é de facto e cada vez mais, ou é substituído pelo jornalismo de todos para todos, onde, note-se bem, é cada um por si.