O telemóvel, com todos os desenvolvimentos a si associados, revolucionou as vidas de todo e qualquer cidadão. Disso ninguém tem dúvidas. Mas se para o cidadão comum o telemóvel lhe veio possibilitar manter-se sempre em contacto, enviar e receber SMS e MMS, ouvir música (rádio ou mp3), fotografar, filmar, jogar e fazer uso das infinitas aplicações, ao cidadão profissional de jornalismo veio trazer-lhe bem mais que isso.

O jornalismo dos nossos dias parece, a cada dia que passa, alimentar-se, tanto na produção como na divulgação de conteúdos, das mais diversas funcionalidades do telemóvel. Mas não só. Do telemóvel, de smartphones, de PDA’s, de notebooks, entre outros. A possibilidade de mobilidade, que estes instrumentos proporcionam aos profissionais de jornalismo, faz, essencialmente, esquecer a ideia de deadline. Através do seu smartphone, por exemplo, e fazendo uso das aplicações mais adequadas para o caso, o jornalista não corre o risco de perder informações ou imagens importantes, ao ter de correr para a redacção, sob pressão de ter de terminar a peça, quando os acontecimentos ainda podem estar em desenvolvimento. O jornalista acaba por ter a possibilidade de entrevistar os envolvidos no acontecimento, tirar as suas notas, fotografar e até filmar, através do seu telemóvel. Depois de produzida e editada a notícia, no próprio smartphone, basta que através do acesso à internet, divulgue o seu trabalho, em tempo real. Segundo o jornalista brasileiro Fernando Firmino da Silva, “o mais importante nessa perspectiva não são as tecnologias, mas a mobilidade que elas proporcionam ao repórter para que ele possa exercer suas atividades (coleta de informações, entrevistas, edição e publicação de notícias) de qualquer lugar sem a necessidade de deslocamento até uma redação física”.

Mas relativamente à qualidade do trabalho jornalístico feito nestas condições, será ela superior à qualidade do jornalismo que temos conhecido até aqui? Em termos de escrita talvez a questão não se ponha, mas e em termos de qualidade das imagens? Terão já os smartphones câmaras fotográficas e de filmar incorporadas com qualidade semelhante àquelas que têm vindo a ser usadas pelos meios de comunicação social?