Com o avançar da tecnologia, o jornalismo tem de se adaptar cada vez mais e melhor aos novos formatos e às redes sociais, uma vez que estes são uma mais-valia para o seu trabalho.

Apesar de toda a gente poder publicar nas redes sociais, e parecer assim um jornalista, não é bem isso que acontece. Pois segundo Sylvia Moretzsohn “é necessário ter-se qualificação específica para se ser jornalista” e critica, ainda, o facto de toda a gente se querer considerar jornalista. Os jornalistas especializados filtram toda a informação e só depois a publicam, e isso não é visível no resto das pessoas, em que primeiro colocam a informação e só depois é que fazem a filtragem.

Os meros cidadãos têm o chamado “conhecimento familiarizado”, isto é, é um conhecimento que não é sistematizado, é intuitivo e do senso comum. Enquanto o jornalistas têm o “conhecimento sobre”, que se trata de um conhecimento formal e cientifico.

Embora todos os cidadãos publiquem em blogs e em redes sociais, “as informações só se tornam notícia quando um meio de comunicação de natureza jornalística pega nelas e lhes dá o cunho noticioso”, o que leva assim a concluir que não basta publicar uma informação no “twitter” para que ela seja logo notícia, porque para isso é preciso que ela “circule livremente na sociedade”, ou seja, é preciso que as pessoas peguem nela e lhe dêem o devido valor.

“Não basta a informação estar disponível, é preciso também haver interesse público que leve o colectivo a dar-se conta dela e a ajustar a opinião e a acção à nova realidade”.

Chega-se à conclusão que os cidadãos não são jornalistas, apenas consumidores, fontes e mediadores de informação, porque “cada vez mais o jornalismo é do domínio da audiência”.

Informação acessível não significa notícia!

(citações do texto “Especificidade Epistemológica do Jornalismo” de António Fidalgo)