O professor António Fidalgo, da Universidade da Beira Interior, abriu o 1º Encontro da Montanha, apresentando dois textos sobre Jornalismo e Redes Móveis (Todos os jornais no bolso – Pensado o jornalismo na era do celular; Pushed News – When news come to the cellphone).

A presença dos telemóveis como um dos principais meios da era moderna e que forma deve adoptar o jornalismo neste meio foi destacada pelo professor, que apresentou uma das principais características que distingue o telemóvel dos restantes meios, como este sendo dotado de uma recepção passiva (tecnologia push). A recepção de SMS e chamadas é feita sem qualquer acção por parte do utilizador.

Por oposição a esta tecnologia push, o professor António Fidalgo apresenta a tecnologia pull, que encontramos no computador, implicando uma procura de informação por parte dos utilizadores.
Estas duas formas de recepção, que segundo António Fidalgo, obedecem à natureza dos próprios sentidos. Dentro destes, o destaque vai para a audição que é passiva, ao contrário da visão, muito activa. Esta ligação à audição e à visão, que nos ajuda a perceber a tecnologia push e pull.

No que diz respeito à recepção das notícias nos telemóveis, António Fidalgo apresentou como um dos factores cruciais da tecnologia push, a recepção das notícias através de alertas. Uma vez que o telemóvel, ao contrário de todos os outros meios, está ligado 24h por dia.

Um outro aspecto destacado por António Fidalgo, é a possibilidade desta tecnologia push servir como um filtro entre o que são consideradas hard news e o que é informação considerada superficial e sem interesse.

A possibilidade de o telemóvel ser capaz de reunir todos os outros meios, ou seja, o telemóvel como show case de todos os outros meios também mereceu destaque por parte do professor António Fidalgo.

O professor António Fidalgo terminou a sua intervenção salientado que é importante investigar a forma como os telemóveis se podem apresentar como o meio que pode universalizar a recepção das notícias, tendo sempre como ponto de partida a questão da tecnologia push.
Ricardo Morais